quarta-feira, 30 de outubro de 2013

O 'dizconhecido'

E lá estava o homem de frente para o mar. Perdia-se na imensidão, deixava que a realidade ao seu redor o interpelasse, o penetrasse, e, de alguma forma, quisera colocar tudo o que via fora para dentro. Na mente uma pergunta: o que sou diante desse infinito de possibilidades?

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Câmara dos Vereadores e se Paulo Freire voltasse

Há tempos a câmara municipal do Jahu vem sendo palco de protestos. Não só nesta cidade, como inúmeras outras de nosso País que cansou de ser 'violentada' por governantes inescrupulosos que ferem com a dignidade e liberdade humana através de suas ações autoritárias e, muitas vezes, sujas.

terça-feira, 13 de agosto de 2013

Palavras ao mar

Vamos? Vamos para o mar! Não vamos entrar... só molhar um pouco a planta dos pés...sentir o mundo passar em águas bem sob nosso calcanhar... vamos? Sentar beira mar, contemplar sua imensidão..sentir-se nada, mas perdendo-se no tudo...vamos?

domingo, 4 de agosto de 2013

O presente inusitado

Era dia de festa; todos queriam abraça-la, beijá-la... dizer que amavam, desejar felicidades..Parabéns! Sucesso! Todos tinham uma palavra de incentivo, todos tinham uma palavra de estímulo, mas ela? Ela não estava para palavras...estava para o silêncio. Já dizia alguém que o silêncio fala mais que palavras e era esta verborreia silenciosa que ela buscava naquele dia de seu aniversário.

quarta-feira, 19 de junho de 2013

Desafiando o gigante

(Uma metáfora para a manifestação)

Venho contar a história do Joãozinho, que certo dia ganhou uma sementinha de Margarida. Tadinho do jãozinho, deram-na de graça, na escola. Foi dada pelo professor.  Mas disseram-lhe que poderia ser uma pessoa muito nobre e conseguiria grandes conquistas se a cultivasse. Vale lembrar que a cidade cheirava muito mal. Quem conseguia cultivar uma flor se tornava grande por melhorar um pouco a cidade. Todos tinham as sementes, mas nem todos davam importância para elas.

quarta-feira, 24 de abril de 2013

Apologia ao 6%


Uma crítica  à mídia  e ao sistema educacional

Tirem as crianças da rua! Coloquem-nas atrás das grades! Vamos! Corra! Ali, ali! É uma criança! Qual seu nome moleque? Vai diz! - Meu nome é...- quantos anos? Vai, responde... quantos? dezesse... está preso em nome da lei.

domingo, 21 de abril de 2013

Perfeita combinação


Quase sempre, e isso se tornara comum, duas pessoas de sexo oposto se cruzavam pelas ruas da pequena cidade. Em cada bom dia ou boa tarde era inevitável a troca de olhares. Ele se sentia tão só... ela, embora tivesse tido um grande amor, sofrera grande desilusão e, num processo inverso aos de contos infantis, o príncipe se transformara em sapo. Ora! Dois corações, ainda que não se conhecessem, buscavam uma só coisa: alguém para dividir a solidão.

domingo, 14 de abril de 2013

A menina que guardava sonhos


Quem na adolescência não relatava a emoção de seus dias nas páginas de um diário? Páginas de papel que hoje deram lugar às virtuais, mas todos, crianças, adolescentes querem registrar cada dia de sua história e em cada um deles escreve como se já pudesse prever o futuro e então escreve sobre seu presente, mas também contando e pensando nos seus sonhos, projetos, ainda que tenha pouca compreensão acerca do que quer na vida. Talvez aquele namoro, aquela amizade, os sonhos que se misturam nas páginas de um diário vão mais nesse sentido ao invés de realização profissional.

domingo, 7 de abril de 2013

Sonho de Padaria


Existem alguns alimentos que tem o fantástico poder nostálgico de nos fazer, ainda que por um instante pequeno e único, voltarmos à nossa criancice; algumas comidas e bebidas trazem consigo certo gosto de infância. Sabe um daqueles dias que você acorda com uma vontade enorme de comer um doce? Foi assim que acordei hoje.

quinta-feira, 4 de abril de 2013

Palhaço


Uma missa como outra qualquer e lá, da primeira fileira de bancos, um menino encarava-me sorrindo, querendo brincar de esconde-esconde entre as pessoas e bancos que nos separavam. Esbocei também alegria em minha face e retribui a brincadeira. De repente, ouço o menino dizer para a mãe: - mãe olha o palhaço!

terça-feira, 2 de abril de 2013

O pão nosso


Lembro-me das palavras do padre a dizer: fechemos nossos olhos, reconheçamos nossas culpas diante de Deus... Pouco antes de fechar meus olhos dei uma espiadela ao redor e vi no banco da Igreja uma menina que com piedade e devoção segurava suas pálpebras juntas, bem trêmulas, era possível perceber que na inocência de criança fechara os olhos, mas os deixou entreabertos tendo por cortina os cílios para assim não perder nada do que acontecia ao seu redor.

quinta-feira, 21 de março de 2013

Uma amizade para recordar


Temos amigos de todos os tipos, mas cá pra nós, ter amigo artista é um privilégio para poucos. Da coxia dos teatros para o palco da minha vida tive a graça de conhecer uma artista. Certa vez, lembro-me bem, ficamos uma semana juntos realizando um trabalho voluntário. Ah! Quanto aprendizado... numa das noites, ambos cansados pelo exaustivo serviço, veio, por parte dela, uma proposta, algo que a relaxava muito, uma técnica que aprendera nas aulas de teatro: sentir o crânio do outro... pensei: será que vai dar certo? Bem, fui eu me arriscar a segurar sua cabeça e sentir seu crânio.

Pequenos retalhos de pensamento e poesia


O mundo é repleto de seres humanos, cada um com seu jeito, seu modo de ser. Cada um traz consigo um modo de vida, uma cultura, nos tornamos uns para os outros uma verdadeira escola. Não trago aqui um tema científico, nem tampouco polêmico, mas acredito que seja curioso. Afinal, falo da vida, e o que é a vida? O que fazemos com ela?

terça-feira, 19 de março de 2013

Uma Igreja acomodada no comodato?


   É antigo o ditado que diz: “a gente só dá valor quando vemos que estamos pra perder”, penso que seja mais ou menos isso o sentimento dos católicos de Jahu com a hipótese de “perder” o prédio Paulo VI. Não podemos negar que aquele lugar seja um símbolo histórico de formação cristã para nossa cidade, no entanto, quem passa lá em frente pode achar que é apenas um casarão abandonado.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Será possível?


Era noite fria de inverno e lá estava o homem sentado à mesa de um restaurante simples, não tanto quanto os trajes que vestiam o altivo senhor.  – boa noite, dissera-lhe a garçonete, o que o senhor vai querer para hoje? – caldo de mandioquinha, respondeu de pronto. Enquanto aguardava o pedido tinha olhar atento a tudo o que o cercava.