Há tempos a câmara municipal do Jahu vem sendo palco de protestos. Não só nesta cidade, como inúmeras outras de nosso País que cansou de ser 'violentada' por governantes inescrupulosos que ferem com a dignidade e liberdade humana através de suas ações autoritárias e, muitas vezes, sujas.
Imagem de 'camarajau' |
O povo quer dignidade. Quer ser valorizado, cansou de ser oprimido, cansou de não ser ouvido, de não ser levado a sério. O cinismo de alguns políticos é a arma que minimiza e dizima toda e qualquer reivindicação: conheço bem desse povo, faz cara de paisagem, sorriem, nos cumprimentam, como se o que estivéssemos falando fosse um elogio para eles. E depois, vão às mídias e dizem que nossa voz é fraca, que não representamos a população porque somos vagabundos. São tiranos, que riem diante da indignação de um povo que sofre por ser explorado em seu capital e estuprado em suas consciência/liberdade.
E isso não é papo de ativista revolucionário, não é papo de ativista de esquerda, isso é papo de humanidade, de dignidade humana. Nos ensina Paulo Freire em seu livro ‘Pedagogia do Oprimido’ que “o que interessa ao poder opressor é enfraquecer os oprimidos mais do que já estão, ilhando-os, criando e aprofundando cisões entre eles, através de uma gama variada de métodos e processos.”
Com base em Paulo Freire podemos nos questionar: a forma de governar de muitos dos nossos representantes é opressora? Olhando assim, penso ser possível afirmar que medidas como: controle de público para as sessões, retirada da tribuna cidadã (espaço no qual a tribuna fica livre para o cidadão falar), entre outras medidas que distanciam o povo dos seus governantes e de suas decisões dão provas de que esse modo de governar fere a liberdade das pessoas de bem. Liberdade esta que não é libertinagem, e que nem tem indícios de uma anarquia, a única coisa que querem é uma política justa.
De Platão, passando por Aristóteles aprendemos que a virtude de uma figura pública consiste na edificação do bem comum e na justa medida. O problema é que por vezes se leva tudo pelo pessoal e se busca o bem próprio e a justiça que a mim e meus projetos legitima e convém.
Aprendemos ainda com Paulo Freire na ‘Pedagogia do Oprimido’: “como posso dialogar, se me sinto participante de um gueto de homens puros, donos da verdade e do saber, para quem todos os que estão fora são ‘essa gente’, ou são ‘nativos inferiores’?” É preciso descer dos pedestais que a carreira política os fez alcançar. O povo não quer bagunça, o povo não quer violência: quer justiça!
Para que ela aconteça é preciso mudar o modo de governo, é necessário que saiam de um governo opressor e migrem para um “governo libertador”, no qual compreende o cidadão/ cidadã a partir de sua realidade concreta, um governo assim é capaz de, com suas medidas, dar condição ao povo de ascender na vida.
É muito fácil chamar de arruaceiro, fariseu, vagabundo e desocupado aqueles que protestam, mas é preciso que os senhores se questionem: “como posso dialogar, se alieno a ignorância, isto é, se a vejo sempre no outro, nunca em mim?” (Paulo FREIRE em Pedagogia do Oprimido).
E os manifestantes não podem parar, não podem se intimidar diante das medidas antidialógicas de um governo opressor: “Não há denúncia verdadeira sem compromisso de transformação”, esta frase de Paulo Freire cabe tanto a manifestante quanto aos políticos que estão a favor do povo: a denúncia, seja ela da tribuna, seja ela do saguão da prefeitura, precisa ser expressa numa transformação da realidade atual, caso contrário são palavras sem rumo. Por isso o movimento por uma política mais justa não pode parar.
No livro ‘Pedagogia da autonomia’ lemos de Paulo Freire: “mais do que um ser no mundo, o ser humano se tornou presença no mundo, com o mundo e com os outros. Presença que, reconhecendo a outra presença como um ‘não-eu’ se reconhece como ‘si própria’”, todo ato político antes de ferir ou beneficiar o povo fere ou beneficia aqueles que o representa. Por isso a luta do povo é válida pela melhoria de seus governantes, assim como a luta dos governantes deveria ser válida pela valorização e condição de melhoria na vida de seu povo.
Ah se aí está desse jeito dê uma olhadinha na lista de compras do Presidente Renan Calheiros... coisa pouca, uma mísera comprinha, 17 toneladas entre alimentos e outros gêneros. O total 18 mil reais, "ainda bem que nóis é pobre".
ResponderExcluirO problema todo é que parece sinceramente que os politicos antigos tinham mais senso de humanismo e respeito a ética, roubavam menos, com o passar do tempo eles estão se tornando cada vez mais insensiveis, e egoistas talves tenham sido um subproduto originado pela sociedade consumista e materialista moderna!
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