terça-feira, 22 de março de 2011

A vida por um fio


          A Igreja tem se empenhado, embora sem muita repercussão, na divulgação de uma campanha permanente, a campanha consiste em lutar contra a violência e extermínio de jovens; muito interessante essa mobilização, mas hoje quero mostrar-lhes um outro lado da violência.
Geralmente quando ouvimos ou falamos contra a violência imaginamos logo algo que seja externo a nós, ou seja, alguém nos faz um mal ou vice-versa. Agora, o que fazer quando a violência é causada por nós e contra nós?
          Assustei-me ao saber que o suicídio é a segunda causa pela qual os adolescentes morrem; ainda hoje, esses dias na faculdade o assunto foi suicídio, e quando a palavra jovem foi citada aí então começou o alvoroço... Todos queriam falar da preocupação com os inúmeros jovens que ou concretizam o ato ou então tentam se suicidar. E por que essa atitude?
          Muitos jovens buscam essa alternativa não porque querem morrer, mas sim pelo fato que desejam mudar de vida ou colocar fim aos problemas. Não sei se estou errado em dizer, mas penso que se suicidar é um grande ato de violência, não apenas porque fere o corpo, mas sim pelo fato de que o coração já está ferido faz tempo por um sentimento de desvalorização ou por uma desilusão, dado às vezes pela perda de uma pessoa querida e frustrações.
 A morte não é a primeira alternativa de um jovem que está cheio de problemas, se ele chega ao ponto de querer morrer é porque nesse momento o seu ‘eu’ já não encontra mais espaço dentro de si para acumular dores e sofrimentos causados por más relações estabelecidas com sua família, amigos e consigo mesmo.
Essa violência (bem entendido que até hoje nunca vi esse termo violência para suicídio) está mais presente do que nunca em nosso meio; uma das maiores causas é a desilusão, e isso será tema do próximo post, mas enquanto isso, quero saber de você, o que você acha sobre o suicídio entre jovens? Já teve alguém que você conhece que tenha se suicidado ou tentado o suicídio? Você entende como violência para consigo mesmo o ato de se suicidar? Na sua opinião porque há esse desejo? Qual o maior motivo pelo qual as pessoas, sobretudo, os jovens suicidam-se? Deixe aqui seu comentário, ele será muito útil para a próxima postagem.
Deus o (a) bençõe!

sexta-feira, 11 de março de 2011

Tudo posso, mas nem tudo me convém!

“Tudo me é permitido”, mas não me deixarei escravizar por coisa alguma
(1 coríntios 6,12)
    Isso me parece ser um bom conselho de São Paulo! Muitos pregadores, sacerdotes, coordenadores de pastorais e movimentos de nossa Igreja pregam uma teologia do não, na qual o discurso central é: NÃO pode fazer isso, NÃO pode fazer aquilo...está aí, “Tudo me é permitido”, porém....não me deixarei escravizar por coisa alguma.
    Muito bem, no artigo "Sexo agora? Fala sério!" eu mostrei como nossa sociedade tem visto os jovens de hoje, e levantei o problema: como evangelizar? Confesso que por um instante achei que pregar a castidade para os tempos atuais estava ultrapassado e sem força alguma, mas cheguei a conclusão de que a castidade é o caminho para começarmos a evangelizar uma juventude ‘presa’, emaranhada (misturada) no sexo.
    Trazer a castidade não apenas como algo que nos impede de praticarmos o sexo, mas sim como meio pelo qual nos tornamos mais dignos enquanto pessoa, enquanto filhos (as) amados (as) do Pai. Viver a castidade está para além da relação sexual.
    Segundo o Catecismo da Igreja Católica, no artigo 2.348 todo batizado é chamado à castidade, ainda neste capítulo lemos: “ O cristão ‘ se vestiu de Cristo’, modelo de castidade.” Ou seja, nós enquanto batizados somos vestidos de Cristo, Ele está impresso em nossa vida, em nossas atitudes, graça essa que só nos é concedida pelo batismo.
    Muito interessante essa visão; note que ela é bonita e forte demais para nós, cristãos, mas e aqueles que se dizem sem religião? E aqueles que não professam a mesma fé que nós ou então não acreditam em nada disso? E esse é o principal problema, porque falar para os jovens que estão na Igreja já está difícil, imagine falamos para aqueles que preferem não trocar uma ideia sobre esse assunto de religião. Complicado! Mas não impossível.
    O Catecismo da Igreja está certíssimo quando diz que somos chamados para a castidade, quem sou eu para discordar de anos de estudo, discussões;  mas tem uma falha, falha esta que não está diretamente ligada ao catecismo, mas sim aos que o interpretam. Temos no Catecismo um modelo, é como se o Catecismo fosse um microondas, o temos, mas de nada vale se não sabemos os métodos de como utilizá-lo; ou seja, temos o catecismo, mas falta-nos como aplicá-lo na vida. Por isso se torna difícil falar aos que estão na Igreja, porque podemos falar e ensinar aquilo que a Igreja, a Escritura diz, mas se não tivermos uma metodologia para que o nosso falar se torne uma prática constante na vida da juventude, o nosso pregar é em vão, porque eles ouvirão, vão querer viver, mas vão se frustrar quando não resistirem a tentação e realizarem um ato sexual. Veja, é preciso mais do que ficar preso às belas e profundas palavras do Catecismo, é preciso dar vida à elas, fazendo com que elas ecoem não nos ouvidos dos nossos jovens, mas sim na vida de cada um deles.
    Não importa se são católicos, protestantes, pentecostalistas, progressistas, emos, roqueiros, skynhead.... não importa a condição religiosa ou ideológica, importa a dignidade e a valorização que o (a) jovem irá receber ao viver a castidade.
    Como falar da castidade hoje? Qual o método para aplicar a teoria na vida? Porque mesmo não sendo um cristão batizado e não participando de Igreja nem movimento algum, preciso viver minha castidade?

Sexo agora? Fala sério!

    Qual é o jovem que não gosta de festa? Qual é o jovem que não quer estar na companhia de bons e velhos amigos, as vezes nem precisam ser tão velhos assim, basta que estejam conosco, tenham os mesmos gostos que os nossos, sejam legais, etc, etc...Tudo isso é muito bom, muito produtivo, nos faz valorizar as amizades e também as pessoas. E nesse ponto eu paro para perguntar, será que o carnaval de 2011 consolidou (tornou sólido, seguro) nossas amizades, nossas relações? Vamos valorizá-las e sermos valorizados?
    Bem, mas pouco importa.. hoje o lance é beijar, transar, ficar... relações com poucos sentimentos, porém com muitos interesses. Depois de Freud, eu arriscaria dizer, ficou difícil ‘segurar a barra’.... o sexo está aí, exposto nas ruas, através da moda, na mídia, através dos programas, comerciais, etc.
    O maior questionamento que tenho e que me faz escrever estes textos para vocês é que estou começando a me preocupar com a evangelização dos jovens no meio dessa sociedade do sexo.... a todo instante, quando ligamos a Tv, quando vamos assistir um filme, quando saímos com a namorada (o), vemos sexo, logo pensamos sexo e....muitas vezes pensamos no que vemos e fazemos o que pensamos. E aí, como falar de Deus, castidade, nesse mundo? Como ajudar os nossos jovens a errarem menos?
    Errarem menos? Então transar é pecado? É errado? Que papo de cora! Ao encontro dessas perguntas diria: Será que realmente somos desejosos de sexo ou isso é uma ideia que nos impõem? Bem, talvez você que lê esse texto agora possa achar meu pensamento um tanto ultrapassado, mas estamos aí para debater o tema e juntos chegarmos a uma conclusão desse assunto muito polêmico e pouco falado.