sexta-feira, 11 de março de 2011

Tudo posso, mas nem tudo me convém!

“Tudo me é permitido”, mas não me deixarei escravizar por coisa alguma
(1 coríntios 6,12)
    Isso me parece ser um bom conselho de São Paulo! Muitos pregadores, sacerdotes, coordenadores de pastorais e movimentos de nossa Igreja pregam uma teologia do não, na qual o discurso central é: NÃO pode fazer isso, NÃO pode fazer aquilo...está aí, “Tudo me é permitido”, porém....não me deixarei escravizar por coisa alguma.
    Muito bem, no artigo "Sexo agora? Fala sério!" eu mostrei como nossa sociedade tem visto os jovens de hoje, e levantei o problema: como evangelizar? Confesso que por um instante achei que pregar a castidade para os tempos atuais estava ultrapassado e sem força alguma, mas cheguei a conclusão de que a castidade é o caminho para começarmos a evangelizar uma juventude ‘presa’, emaranhada (misturada) no sexo.
    Trazer a castidade não apenas como algo que nos impede de praticarmos o sexo, mas sim como meio pelo qual nos tornamos mais dignos enquanto pessoa, enquanto filhos (as) amados (as) do Pai. Viver a castidade está para além da relação sexual.
    Segundo o Catecismo da Igreja Católica, no artigo 2.348 todo batizado é chamado à castidade, ainda neste capítulo lemos: “ O cristão ‘ se vestiu de Cristo’, modelo de castidade.” Ou seja, nós enquanto batizados somos vestidos de Cristo, Ele está impresso em nossa vida, em nossas atitudes, graça essa que só nos é concedida pelo batismo.
    Muito interessante essa visão; note que ela é bonita e forte demais para nós, cristãos, mas e aqueles que se dizem sem religião? E aqueles que não professam a mesma fé que nós ou então não acreditam em nada disso? E esse é o principal problema, porque falar para os jovens que estão na Igreja já está difícil, imagine falamos para aqueles que preferem não trocar uma ideia sobre esse assunto de religião. Complicado! Mas não impossível.
    O Catecismo da Igreja está certíssimo quando diz que somos chamados para a castidade, quem sou eu para discordar de anos de estudo, discussões;  mas tem uma falha, falha esta que não está diretamente ligada ao catecismo, mas sim aos que o interpretam. Temos no Catecismo um modelo, é como se o Catecismo fosse um microondas, o temos, mas de nada vale se não sabemos os métodos de como utilizá-lo; ou seja, temos o catecismo, mas falta-nos como aplicá-lo na vida. Por isso se torna difícil falar aos que estão na Igreja, porque podemos falar e ensinar aquilo que a Igreja, a Escritura diz, mas se não tivermos uma metodologia para que o nosso falar se torne uma prática constante na vida da juventude, o nosso pregar é em vão, porque eles ouvirão, vão querer viver, mas vão se frustrar quando não resistirem a tentação e realizarem um ato sexual. Veja, é preciso mais do que ficar preso às belas e profundas palavras do Catecismo, é preciso dar vida à elas, fazendo com que elas ecoem não nos ouvidos dos nossos jovens, mas sim na vida de cada um deles.
    Não importa se são católicos, protestantes, pentecostalistas, progressistas, emos, roqueiros, skynhead.... não importa a condição religiosa ou ideológica, importa a dignidade e a valorização que o (a) jovem irá receber ao viver a castidade.
    Como falar da castidade hoje? Qual o método para aplicar a teoria na vida? Porque mesmo não sendo um cristão batizado e não participando de Igreja nem movimento algum, preciso viver minha castidade?

3 comentários:

  1. Olá querido Robson!!!
    Acredito que o grande passo para o jovem ou qualquer pessoa se concientizar de seus valores, é justamente saber o valor que tem.
    Também me questiono com relação a teologia dos "nãos", mas nem só de sim se educa um grande homem. Imagine se um bebê se aproximar do perigo e não houver nenhuma voz segura que o exorte: NÂO!
    Creio piamente que uma das maiores características do amor de Deus sobre nós é o resgate da identidade do ser humano que Ele produz. A pessoa compreender e se convercer de sua essência e o porquê isso ou aquilo é o melhor pra ela.
    Somente com essa consciência de que posso amar e ser amado, com tudo de nobre que o amor produz, poderei por exemplo, iniciar uma conversa sobre a castidade, santidade e por aí vai...
    A cada dia que passa nosso discurso é mais desafiante, isso nos prova que realmente a vivência do Evangelho é para os fortes, e nosso desafio é justamente revelar aos outros essa Força que há dentro de cada um.
    Parabéns pelo Blog, pelas reflexões, continue, quanto mais escrevemos, mais queremos escrever.
    Te espero também em nosso blog: www.naoparenametadedobomcaminho.blogspot.com
    Grande abraço.
    Zé Duarte

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  2. Olá, Zé!
    Obrigadao mesmo pelo comentário!
    Realmente, quando escrevi sobre a teologia do não não me lembrei desse detalhe que é importantíssimo...faz-me lembrar um texto do Pe. Zezinho no qual ele diz que dizer não é muitas vezes dizer sim...irei revisar esse texto, em breve, reforçando e esclarecendo melhor alguns pontos e aí o publicarei a partir dessa revisão. Obrigado mesmo pela consideração.
    Estamos aí, nossa missão é evangelizar! Não só visito como também indico esse blog www.naoparenametadedobomcaminho.blogspot.com a todos.Deus o abençoe!

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  3. O que mais me chamou a atenção no texto foi a verdade de viver o catecismo. Afinal, essa é, com certeza, a melhor forma de conquistar - e também, é a forma com que eliminamos a hipocrisia.
    Com certeza é muuuuito difícil, porém... vale a pena. E ver que valeu rende aquele bem estar e aquela vontade de não parar. Uma pessoa que consquistamos já é uma vitória. Só falta a paciência e deixar que Deus tome a frente e cuide, podendo contar com a nossa cooperação e confiança.

    Continue escrevendo, Robson! O texto ficou muuuuito bom :D'

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