terça-feira, 19 de março de 2013

Uma Igreja acomodada no comodato?


   É antigo o ditado que diz: “a gente só dá valor quando vemos que estamos pra perder”, penso que seja mais ou menos isso o sentimento dos católicos de Jahu com a hipótese de “perder” o prédio Paulo VI. Não podemos negar que aquele lugar seja um símbolo histórico de formação cristã para nossa cidade, no entanto, quem passa lá em frente pode achar que é apenas um casarão abandonado.

   Aliás, algumas casas católicas encontram-se em situação semelhante, parecem local de ninguém: o prédio localizado na esquina da Rua Quintino Bocaiuva com a Humaitá; e o nosso Paulo VI, tão significativo para tantos de nós.
  Ao ver as manifestações para que o prédio continue podendo ser utilizado pela Igreja, lembrei-me da história de uma família que morava em uma fazenda, a única forma de sustento desta família era a venda do leite da única vaca que tinham. A família por sinal era muito pobre, vivia com quase nada, afinal somente quem mora no campo sabe quanto custa um mísero litro de leite. Por conta disso tinham uma vida acomodada, sem expectativas. Acontece que um dia o carro de um ilusionista quebrou perto desta fazenda, então, ele foi pedir ajuda, mas como já era tarde precisou passar a noite por lá; ouviu e viu todo desestímulo da família, vivendo uma vida pautada naquela única vaca, viviam reclamando de tudo, tinham preguiça de fazer qualquer coisa. Vendo essa situação, disse que ia fazer uma mágica para que a vida deles melhorassem, o mágico saiu da casa, foi direto ao curral e jogou a vaca no barranco; voltou, no outro dia bem cedo, consertaram o carro e o ilusionista foi embora. Logo depois de ajudar o homem o pai da família foi tirar o leite e encontrou a vaca morta, ficou desesperado, pois todos morreriam de fome. A partir do fato ocorrido, cada membro da família teve que fazer algo para sobreviver: o pai vendia lenha, a mãe fazia bolo, o filho mais novo fez uma horta, a filha mais velha fazia tapetes de retalhos; após algum tempo o ilusionista voltou novamente à fazenda e encontrou uma fazenda totalmente transformada. Havia ali uma horta, um pasto com diversas cabeças de gado, um chiqueiro pra criar os porcos, um galinheiro e uma imensa horta, a casa estava pintada, tudo reformado.
   Diante disso me pergunto: vamos lutar para ficar com o prédio pra quê? Pra que continue como está, ou iremos abraçar a causa e fazer uma boa reforma nesse prédio, deixar um espaço bacana pros nossos encontros? Não seria a hora de nos unirmos como católicos e levantarmos nesta cidade uma casa de retiro, um espaço de encontro? Talvez seja melhor um prédio novo com sacrifício do que um acomodado que corre o risco de vir à baixo.
   Se pensarmos bem, estamos a mais de cem anos vivendo um comodato que nos fez acomodar. Queremos continuar no comodato acomodados? Queremos nos levantar para algo novo? Continuando com o prédio ou não, é hora de um Talita-kum, um “Jovem, levanta-te”, levanta-te para lutar por aquilo que é seu: um lugar digno no qual possa manifestar e aprender a fé, fazendo uma experiência pessoal com o Cristo Ressuscitado.
   Como já me manifestei nos meios de comunicação social: apoio a luta dos jovens que estão brigando por um espaço para terem seu encontro, é o jovem exercendo seu protagonismo, que fique essas questões pra gente pensar e que elas nos encorajem a racionalizarmos mais o que pede nosso coração e nos proponha caminhos para lutar por um novo ou para fazer do que já temos o melhor que possa existir.
 Lembremos da história: quando nos acomodamos, pensamos que tudo está bom do jeito que está, perdemos a chance de usarmos de nossa criatividade e capacidade para conseguir algo melhor. 

2 comentários:

  1. Vc esta certinho ... precisamos sair da areá de conforto, e arregaçar as mangas, não adianta ficar apenas criticando precisamos começar a agir ...

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    1. Não é Dani? As vezes é preciso coragem para dar o primeiro passo...
      #coragem!

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