É antigo o ditado que diz: “a gente só dá valor quando vemos
que estamos pra perder”, penso que seja mais ou menos isso o sentimento dos
católicos de Jahu com a hipótese de “perder” o prédio Paulo VI. Não podemos
negar que aquele lugar seja um símbolo histórico de formação cristã para nossa
cidade, no entanto, quem passa lá em frente pode achar que é apenas um casarão
abandonado.
Aliás, algumas casas católicas encontram-se em situação
semelhante, parecem local de ninguém: o prédio localizado na esquina da Rua
Quintino Bocaiuva com a Humaitá; e o nosso Paulo VI, tão significativo para
tantos de nós.
Ao ver as manifestações para que o prédio continue podendo
ser utilizado pela Igreja, lembrei-me da história de uma família que morava em uma
fazenda, a única forma de sustento desta família era a venda do leite da única
vaca que tinham. A família por sinal era muito pobre, vivia com quase nada, afinal
somente quem mora no campo sabe quanto custa um mísero litro de leite. Por conta
disso tinham uma vida acomodada, sem expectativas. Acontece que um dia o carro
de um ilusionista quebrou perto desta fazenda, então, ele foi pedir ajuda, mas
como já era tarde precisou passar a noite por lá; ouviu e viu todo desestímulo
da família, vivendo uma vida pautada naquela única vaca, viviam reclamando de
tudo, tinham preguiça de fazer qualquer coisa. Vendo essa situação, disse que
ia fazer uma mágica para que a vida deles melhorassem, o mágico saiu da casa,
foi direto ao curral e jogou a vaca no barranco; voltou, no outro dia bem cedo,
consertaram o carro e o ilusionista foi embora. Logo depois de ajudar o homem o
pai da família foi tirar o leite e encontrou a vaca morta, ficou desesperado, pois
todos morreriam de fome. A partir do fato ocorrido, cada membro da família teve
que fazer algo para sobreviver: o pai vendia lenha, a mãe fazia bolo, o filho
mais novo fez uma horta, a filha mais velha fazia tapetes de retalhos; após
algum tempo o ilusionista voltou novamente à fazenda e encontrou uma fazenda
totalmente transformada. Havia ali uma horta, um pasto com diversas cabeças de
gado, um chiqueiro pra criar os porcos, um galinheiro e uma imensa horta, a
casa estava pintada, tudo reformado.
Diante disso me pergunto: vamos lutar para ficar com o
prédio pra quê? Pra que continue como está, ou iremos abraçar a causa e fazer
uma boa reforma nesse prédio, deixar um espaço bacana pros nossos encontros?
Não seria a hora de nos unirmos como católicos e levantarmos nesta cidade uma
casa de retiro, um espaço de encontro? Talvez seja melhor um prédio novo com
sacrifício do que um acomodado que corre o risco de vir à baixo.
Se pensarmos bem, estamos a mais de cem anos vivendo um
comodato que nos fez acomodar. Queremos continuar no comodato acomodados?
Queremos nos levantar para algo novo? Continuando com o prédio ou não, é hora
de um Talita-kum, um “Jovem,
levanta-te”, levanta-te para lutar por aquilo que é seu: um lugar digno no qual
possa manifestar e aprender a fé, fazendo uma experiência pessoal com o Cristo
Ressuscitado.
Como já me manifestei nos meios de comunicação social: apoio
a luta dos jovens que estão brigando por um espaço para terem seu encontro, é o
jovem exercendo seu protagonismo, que fique essas questões pra gente pensar e
que elas nos encorajem a racionalizarmos mais o que pede nosso coração e nos
proponha caminhos para lutar por um novo ou para fazer do que já temos o melhor
que possa existir.
Lembremos da história: quando nos acomodamos, pensamos que
tudo está bom do jeito que está, perdemos a chance de usarmos de nossa
criatividade e capacidade para conseguir algo melhor.
Vc esta certinho ... precisamos sair da areá de conforto, e arregaçar as mangas, não adianta ficar apenas criticando precisamos começar a agir ...
ResponderExcluirNão é Dani? As vezes é preciso coragem para dar o primeiro passo...
Excluir#coragem!