Certa tarde, ao longe avistei, no jardim, uma árvore grande, porém com seus galhos secos. Não havia um verde se quer. Sem pensar muito, passei a mão em um machado, aproximei-me da árvore e num gesto brusco, levantei a ferramenta para dar o primeiro golpe e... eis que ouço um grito.
Ainda com o machado em punho olhei para trás e vi meu formador com um ar de quem reprovava minha ação. Logo pensei: ué? Por que não por abaixo essa árvore seca?...esperei que ele se aproximasse e lhe fiz a pergunta, eis sua resposta: “está árvore é um ypê, no inverno suas folhas caem, porém, peço que aguarde mais algumas semanas e verá se ela está morta.
Aguardei...o tempo passou e... para minha surpresa, numa manhã, ao sair de casa para as atividades daquele dia olhei para a árvore ‘morta’ e vi a beleza da vida, aliás, quase sempre na morte nos deparamos com a vida. Aquela árvore seca estava florida. Por um instante sentei e ao contemplar a cena que estava diante de meus olhos notei que a árvore estava seca, mas com flores belíssimas; na alma sentia uma exclamação: oh! res mirabilis! (oh coisa maravilhosa!).
Como pode de algo sem vida nascer a vida?...Quatro anos se passaram, ainda hoje a fotografia que minha mente tirou naquela manhã permanece em minha memória. Ao fechar os olhos posso como que contemplar novamente aquele pé de ypê. O que me remete para as inúmeras vezes que na vida desanimamos e achamos que nem vale apena seguir em frente.
É preciso nutrir nosso interior, como aquela árvore, exteriormente ela estava morta, porém, em seu interior continuava a trabalhar e a juntar forças para que em meio a tanta morte, tanto frio, pudesse brotar flores e fazer surgir a vida. Por muitas vezes o inverno castiga nosso coração, ou então, o calor demasiado tira nossas forças, mas sejamos como as árvores! Fortaleçamos, nutramos, nosso interior do alimento verdadeiro e então nossa seiva, uma vez fortificada, nos fará crescer cada vez mais e nos conduzira para o alto.
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