sexta-feira, 9 de setembro de 2011

O vigia e o cão

Você já conseguiu sonhar acordado? Talvez pelo cansaço do dia que teve ou pelas preocupações que acercam a mente, nossa capacidade criativa, alojada em nosso inconsciente, é capaz de vir à tona e lhe abre espaço para um sonho acordado. (não digo isso com embasamento psicológico, mas com comprovação empírica). Hoje um sonho acordado me chamou a atenção e explico o porquê contando o à você:
Havia um guarda noturno que sempre morara no alto da montanha, lá ele encontrou certa vez um filhotinho, no princípio pensou ser um cachorro, bonitinho até. Cuidou muito bem desse filhote, mas durou pouco sua dedicação para com o animal. Numa noite chuvosa de muitos relâmpagos o tal cãozinho desapareceu. “Na certa correu para a mata assustado com os barulhos da tempestade” – afirmou consolando os filhos. Diante de barulhos estrondosos costumamos fugir, e por fugir não conseguimos ver que eram apenas barulho.
Na mata escura, e muitas vezes cruel, o cãozinho foi crescendo e aprendendo que para viver era preciso ser selvagem e frio de coração. Então, para sobreviver começou a matar os animais mais inocentes e menores para se alimentar. Ele não tinha mais quem cuidasse dele e o tratasse com respeito e dignidade, dando-lhe comida e bons ensinamentos.
Por vezes, quando fugimos dos barulhos da vida, nos encontramos sozinhos, apenas um amigo e um amor verdadeiro é capaz de nos garantir a segurança. Ainda que sem alimento, o fato de saber que alguém está comigo me faz ter forças, afinal, não luto sozinho. E quisera Deus, que, além dos amigos e anjos que já temos a nossa volta, tivéssemos como amigo inseparável Jesus Cristo, aquele que sendo Deus se fez homem para mostrar que sempre estaria conosco.
O vigia numa de suas caminhadas pela mata, durante a noite, reconheceu o cãozinho, que já estava enorme e bravo, ao dirigir-se ao seu encontro para acariciá-lo e quem sabe até voltar com ele para a casa, viu que o cão não o reconhecia e até tentou atacá-lo. O homem voltou para a casa, porém gravou o lugar que se refugiara o cão.
Esperou o dia amanhecer e voltou para a mata, no mesmo lugar que estivera à noite, e lá estava o cachorro. Mas para a sua infelicidade era tarde demais, ele não notou, mas quando deu as costas para o cão, na noite anterior, uma onça rondava o local, e num ato faminto e instintivo, a onça matou o cão. E assim termina o sonho e então acordei acordado.
Desculpe se misturei algumas reflexões em meio à história, mas achei que fosse necessário. Na verdade elas também fizeram parte do sonho e peço permissão ainda para poder dar a você, estimado (a) leitor (a), a interpretação que tive desse sonho:
Os jovens são como esse cão, quando novos e pequenos recebem todo carinho e educação, porém, diante dos barulhos provocados pela adolescência e juventude acabam fugindo e na tentativa de se refugiarem em um lugar seguro, tornam-se pessoas sem refúgio. O que os obriga a viverem uma vida “selvagem”.
Muitos desistem de procurá-los e fazê-los voltar para a casa. Por isso, assumimos também o papel do homem que cansado de procurar e tentar, desiste do cão. Nós desistimos fácil de nossos jovens e pode ser que quando os encontrarmos seja tarde demais para que se sintam amados. Não deixemos que os leões do mundo devorem a beleza de nossos jovens. Não desistamos de evangelizá-los porque assim, mesmo em meio aos barulhos do mundo, se souberem que estamos com eles poderão se alimentar do alimento verdadeiro, bem como poderão conhecer, através de nosso amor e de nossa vida, aquele que é o caminho, a verdade e a vida plena.

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