Jovens testemunhas de Cristo

O sol mal acabava de se pôr, nós no alojamento já estávamos nos aprontado para caminhar até o local onde se realizaria as catequeses. Mochila nas costas, águas nas mãos saíamos alegres, cantando, rumo a um aprendizado para nossa vida e fortalecimento de nossa fé.

Um dos altares da Igreja de São Francisco, Madri

Naquela sexta-feira fomos para a igreja de São Sebastião, ao chegarmos lá, demos conta de quem seria o catequista daquela manhã, era Dom Odilo Pedro Scherer, Cardeal Arcebispo Metropolitano de São Paulo. Aguardamos suas palavras de pastor e eis que ela anuncia o tema de sua catequese: “Jovens testemunhas de Cristo”.

Das muitas coisas que ele nos ensinou, o que mais me deixou fascinado foi a frase: “o mundo se tornou, novamente, um campo de missão (...) é a nossa vez (jovens) de sermos anunciadores nesse novo campo” Ou seja, assim como os apóstolos foram testemunhas fiéis do que Cristo havia feito, nós, hoje, somos anunciadores do que Jesus fez e faz.

Dizia-nos o cardeal que “os apóstolos puseram o Evangelho a fermentar a sociedade”, nós também somos chamados, com nosso jeito jovem, a pôr nova vida no meio em que estamos inseridos, é a nossa vez de anunciar Jesus, é a nossa vez de vivermos e falarmos de seu amor. E pregar não apenas com palavras, mas com a vida, ser testemunha fiel do amor de Deus.

É preciso uma nova evangelização, que não é algo novo, mas sim com um jeito novo. O mundo precisa conhecer Jesus novamente, pois fraternidade e igualdade são valores que desapareceram de nossa sociedade e por conta disso, vivemos no inferno do egoísmo e da ganância.

O mundo é a ágora na qual os jovens são convidados a testemunharem Jesus Cristo. E para testemunhar é preciso ouvir o que Ele diz e viver como ele viveu. Sobretudo, é preciso fazer o exercício da caridade e de renúncia de nós mesmos para chegarmos ao outro e ajudá-lo a se libertar das falsas verdades.

Durante os dias de Jornada Mundial da Juventude, vi em Madrid muitos protestos contra a Jornada, muitos de nós fomos ameaçados e ouvíamos: -“com tantos pobres no mundo, com fome, e vocês aqui num encontro de altos gastos...” Pois bem, o grande objetivo dessa jornada era fomentar, alimentar, nos jovens um encontro com Jesus, penso que fazer essa experiência e esse encontro proporcione também um apaixonadamento por Ele.

Acaso apaixonar-se por Cristo não é também apaixonar-se pelo pobre? Afinal foi o próprio Jesus quem disse: “tive fome e me destes de comer...” Deus através do sucessor de Pedro reuniu em Madrid mais de dois milhos de jovens para que tendo feito uma experiência com Jesus ressuscitado possam agora cuidar dele curando-lhe as feridas, saciando-lhe a fome, enfim, vivendo o cristianismo na sua radicalidade. A proposta de Cristo é vivermos como irmãos, o nosso enraizamento em Cristo se torna concreto na medida em que aceitamos ser irmão, servo, entre os irmãos.

O apelo do cardeal naquela manhã consistia em afirmar que as pessoas precisam ser levadas a Jesus, para tanto, é preciso que o anunciem. É preciso quem o testemunhe nesse mundo, eis nosso desafio! Abraçar Jesus, mesmo com todos os perigos e adversidades, mantenhamo-nos enraizados e edificados em Cristo, firmes na fé, crendo que Ele estará conosco para sempre.