As luzes fortes... as cores claras que pintavam as
paredes... uma moça vestida de branco... e logo mais a frente um homem com os
mesmos trajes: jaleco, calça, camisa e sapatos brancos. Isso me fazia crer que
eu entrava em um hospital... que alívio! A dor seria sanada, o sofrimento
resolvido: estava em boas mãos.
Acompanhado por dois amigos – amigos verdadeiros sempre
estão por perto nos momentos em que mais precisamos, feliz aquele que vê no
amigo um anjo – sentei-me num sofá feito de cimento, já havia pessoas a
esperar. Sempre pensamos que nossa dor é única, mas nesses momentos nos damos
conta de que no mundo não somos os únicos a sofrer; é do homem se sentir único,
mas é dele também a graça de se reconhecer em meio a tantos outros homens e
mulheres que vivem na mesma condição. Saber que não estamos sozinhos ajuda-nos
a sermos únicos na vida de alguém, assim, como sempre, alguém se torna único
para nós.
Olhares trocados... mão no local da dor... ansiedade: eu
aguardava minha vez. Olhava fixamente para a porta da sala quinze daquele
hospital. Quando estamos diante de uma situação difícil não nos resta outra
escolha senão sabermos esperar e prendermos nosso olhar num ponto fixo que nos
encoraja e nos faz crer que há solução... outra tentativa será frustrante.
Imagem do site Baixioceara |
A minha volta mais ninguém. Eu era o último da espera. A
porta abriu, saiu o último paciente e eis que chegara minha vez. Ao entrar na
sala logo notei que o médico trazia na face uma alegria... de olhar sereno,
típico de quem já aprendeu muito com a vida, ele apertou minha mão, perguntou
pelo meu nome e disse: o que sente? Após um breve relato dos sintomas
prescreveu a receita e nas minhas mãos entregou o medicamento adequado.
Muitas vezes na vida nos decepcionamos, nos iludimos, nos
machucamos pelo simples fato de não sabermos nos relacionar bem com as pessoas
que dividimos nossa história (namorada (o), esposa, marido, pais e filhos). No
entanto, é bem verdade que temos certo problema em nos mostrarmos às pessoas, às
vezes omitimos a verdade para que a outra pessoa não se machuque e com isso nos
ferimos.
imagem do blog: Palácio Rio Negro |
Dizer a verdade não é uma bomba, depende da forma como você
a diz. Uma verdade dita na hora certa nos faz crescer, bem como contribui para
o amadurecimento de nossos relacionamentos e da pessoa com quem nos
relacionamos. Para iluminar esse problema olho para a pergunta do médico: o que
sente? Talvez muitos amigos, pessoas que amamos, já nos fizeram essa pergunta e
nós? Nós omitimos a resposta. Mas se eu não dissesse ao doutor meus sentimentos
na certa ele me daria medicamento errado. Curamos nossas dores causadas por
maus relacionamentos à medida que não temos medo de mostrar quem somos... o que
sentimos.
Com o passar do tempo, dizia William Shakespeare, “aprendi
que quando duas pessoas discutem, não significa que elas se odeiem; e quando
duas pessoas não discutem não significa que elas se amem”.
Amei Robinho! ;)
ResponderExcluirLinda história Robinho! Isso nos leva a crer mais uma vez que: "Sem amigos, não saberíamos sobreviver". Blog Show de Bola! Beijos Robinho. Coragem sempre!
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