Comissão
Episcopal Pastoral para a Juventude
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Caros
irmãos Presbíteros do 14º. Encontro Nacional de Presbíteros
“Eis que
faço novas todas as coisas”(Ap 21, 6)
Este é mais um momento precioso
que a nossa Igreja, acreditando em sua vida e vocação, proporciona para a
qualidade e o ardor de sua opção cristã.
O tema
que vocês escolheram – o Presbítero no contexto de mudança de época – é atual,
profundo e desafiador. Compreender-se presbítero neste novo tempo não é tão
simples, mas, temos a certeza, é condição imprescindível para a realização do
projeto de vida que Deus lhe confiou. As atuais Diretrizes para a formação dos
presbíteros (n. 33), recorda: “O conhecimento insuficiente sobre a
‘mudança de época’ dificulta o processo formativo. É no campo da juventude que
essas mudanças se fazem sentir com maior impacto. Novas tendências impregnam o
cotidiano da juventude [...] Todos são, de alguma forma, filhos ou herdeiros
das mudanças em curso”.
Sabemos que qualquer ‘Mudança de Época’ atinge todos e tudo, mas de uma forma
toda particular, as novas gerações. Cada um de vocês, sendo jovem e/ou sendo
enviado a trabalhar junto aos jovens, é convidado a aprofundar este tema e
encontrar caminhos que contribuam para a vida plena de todos.
A Igreja
do Brasil, nas suas mais diversas formas, tem demonstrado um carinho muito
grande pela juventude. Estamos vivendo numa época muito forte de opção efetiva
eclesial pela juventude em nosso país. A CNBB vem investindo para que todos os
jovens a ela confiados possam encontrar acolhida, espaços, orientação e
motivação. Entre tantos sinais desta opção destacamos: odocumento ‘Evangelização
da Juventude – desafios e perspectivas pastorais’ aprovado em 2007 e
dirigido a todas as expressões de trabalho juvenil; o incentivo para que se
garanta espaço de unidade na instância diocesana criando o Setor Juventude; o
sitewww.jovensconectados.org.br organizado em 2010 com jovens voluntários
ligados às áreas da comunicação e vindos de vários cantos do país e expressões
de trabalho juvenil; o pedido oficial feito ao papa em 2007 pela CNBB para que
a Jornada Mundial da Juventude pudesse acontecer no Brasil; a organização da
1ª. Delegação Oficial da CNBB para uma JMJ (Madri) com mais de 500 jovens
(2010-2011); o processo de organização para a JMJ Rio 2013; a criação da
Comissão Episcopal Pastoral para a Juventude como fruto de um pedido explícito
dos bispos referenciais regionais dos jovens; a organização da Coordenação de
jovens de várias expressões, responsável pela pastoral juvenil no país; a
aprovação da Campanha da Fraternidade de 2013 com o tema ‘Juventude’.
Neste
contexto, especialmente o presbítero está sendo convidado a intensificar a sua
atenção e os projetos pastorais em vista da evangelização desta parcela tão
cara à Igreja e à Sociedade. Nossas Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora
dizem assim:“Atenção especial merecem os nossos jovens. A beleza da
juventude e os inúmeros desafios para a plenitude de sua vida exigem urgentes
iniciativas pastorais nas diversas instâncias de nossa ação evangelizadora”
(81). “Crianças, adolescentes e jovens, que constituem parcela importante da
população brasileira, precisam de maior atenção por parte de nossas comunidades
eclesiais, pois são os mais expostos ao drama do abandono e ao perigo das
drogas, da violência, da venda de armas, do abuso sexual, bem como à falta de
oportunidades e perspectivas de futuro” (109).
Como um dos responsáveis da Comissão Episcopal Pastoral para a Juventude venho,
em nome dela, solicitar-lhes que façam deste ano de 2012 um ‘Ano da
Juventude’ em sua realidade eclesial. Os dois grandes eventos
nacionais do próximo ano – a Jornada Mundial da Juventude e a Campanha da
Fraternidade – serão bem melhor celebradas se puderem contar com uma adequada
preparação nas bases.
Priorize
a juventude, principalmente na organização paroquial, através de iniciativas para que ela se sinta mais
amada e valorizada. Convidem os jovens para participarem de algumas instâncias
de decisão paroquial/comunitária, organizem atividades valorizando as diversas
expressões culturais juvenis, estudem com eles os documentos da Igreja e as
cartas dos papas que a eles se dirigem, sejam criativos em projetos que
amadureçam o seu protagonismo eclesial, incentivem os demais adultos a
valorizarem os jovens, promovam intensamente o crescimento do número de grupos
de jovens, apoiem e orientem as diversas expressões que já trabalham com a
evangelização da juventude, invistam em assessoria para o seu acompanhamento,
motivem momentos de intensa espiritualidade e de exercício da lectio divina, revejam
os encontros catequéticos tornando-os mais atraentes e envolventes,
proporcionem experiências missionárias juvenis, incentivem projetos voluntários
que contribuam com o seu amadurecimento enquanto cidadão, participem de suas
iniciativas e de alguns momentos informais que lhe são caros. Há tanta coisa
para se criar ou potencializar. Acima de tudo é necessário que eles se sintam
amados.
‘Mudança de época’, ‘exercício presbiteral’ e ‘juventude’ são temas, mais do
que nunca, inseparáveis. Não podemos entender um sem nos debruçarmos em
entender os outros. Basta considerarmos toda a questão da cultura midiática:
são os jovens que têm o domínio das redes sociais e das novas linguagens. Por
mais que aprendamos as novas tecnologias jamais conseguiremos compreender as
inúmeras transformações que estão acontecendo em seus pensamentos, sentimentos
e relações. Há algo novo acontecendo neles que nem eles mesmos entendem. É
imprescindível um olhar de respeito a este novo que carrega tanto os perigos
quanto as necessárias novidades para o progresso da humanidade e a melhoria de
nosso trabalho pastoral. Consideramos os jovens como uma realidade teológica:
Deus tem muito a dizer à Igreja e à Sociedade através deles. Ou assumimos uma
postura mais aberta e acolhedora a eles ou corremos, rapidamente, o risco de
não respondermos mais aos sinais dos tempos através de nosso testemunho de
entrega vocacional e de serviço pastoral.
Será que
é ousadia de minha parte afirmar que se não acolhermos os jovens por opção consciente
e princípio pastoral devemos fazê-lo por necessidade e sobrevivência? A Igreja
e a Sociedade já estão nas mãos deles: acolhamos com respeito o que eles têm a
nos ensinar e descubramos qual deve ser a nossa contribuição específica neste
contexto! Acreditamos que eles são, acima de tudo, ‘o’ presente para nós.
‘Presente’ no sentido do hoje, do agora; como, também, no sentido da graça de
Deus que, pelo seu Espírito, ‘faz novas todas as coisas’.
Acreditando na juventude de seu sacerdócio, querido presbítero,
independente da idade que tem no momento, e na potencialidade que os jovens
carregam para construir um mundo novo peço a Deus que garanta a juventude de
seu sacerdócio e um renovado ardor vocacional e pastoral nestes dias de encontro.
Com estima e orações,
+ Eduardo Pinheiro da
Silva, sdb
Bispo Auxiliar de Campo Grande
Presidente da Comissão Episcopal
Pastoral para a Juventude.
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