quarta-feira, 3 de agosto de 2011

A moça e a água

Vejo-me sentado diante de um jardim, questionando-me sobre a vida, sobre o que já vivi e o tanto que ainda tenho de viver...Acabei de encerrar mais uma missão, aguardo ansioso, pois dentro de algumas horas estarei em São Paulo, lugar no qual me encontrarei com um grupo de missionários para uma nova missão. Ainda que o cansaço seja presente, tenho a consciência de que ele não é tudo, bem como se torna um instrumento de sabedoria para mim. Mas como assim? O cansaço me ensina algo? Sim. Toda vez que nos cansamos, paramos exaustos, e dentro de nós há um grito: caaaama! E então... Ao pararmos para descansar, surge uma questão: valeu a pena o que fiz? Quando essa pergunta não surge, então nosso cansaço é em vão.
A medida que descansamos, repomos as nossas forças físicas, mas se não avaliamos o motivo de nosso cansaço, no interior podemos permanecer exaustos, mesmo que nosso físico esteja bem.
Refletia eu, então, sobre isso quando ao meu redor aconteceu um fato corriqueiro, mas ao mesmo tempo inusitado. Enquanto eu escrevia esse texto me perguntava: mais uma missão! Como terei forças?... Contemplando o horizonte, vi uma jovem com um olhar decidido, ela tinha uma meta, em passos apressados dirigia-se ao bebedouro, no corre-corre colocou a caneca na torneira e ao abri-la notou que o galão de água estava vazio. Uma amiga sua que acompanhava a cena sentiu pena e exclamou: ah! Como você vai matar a sede agora? E eis que nesse momento, uma das cenas mais bonitas, do dia de hoje, meus olhos puderam presenciar: a jovem com sede agarrou com as duas mãos o galão e tirando-o do suporte o levou para onde iria colocar água novamente, enquanto fazia isso disse: basta enchê-lo!
Eis a resposta! Para continuar a luta é preciso reabastecer. Mas atenção: a jovem não queria refrigerante, nem tampouco suco, e sim água, e água limpa que iria saciar a sua sede e revigorar suas forças.Diante do cansaço que a vida nos proporciona somos chamados a querer beber desta água limpa, mas infelizmente paramos pouco para descansar, ou seja, paramos pouco para refletir sobre nossa vida, não vemos o que está valendo a pena e o que não está. Por conta disso não vamos mais atrás de águas novas, mas sim bebemos aquilo que nos oferecem e que nem sempre é uma água límpida.
Diante de tudo isso, somos convidados a refletir: o nosso cansaço tem valido a pena, tem sido descanso para outros? Estamos buscando reanimar nossa vida, saciando a sede da nossa alma com a água viva que somente Jesus nos pode dar? Temos tido a coragem que essa moça teve de não nos satisfazermos com as situações da ausência de água, mas sim, indo além de nossas forças para buscar água na fonte, água pra nós e para outros? Enfim, muitas perguntas e outras tantas respostas, contudo, não tenhamos medo de nos cansar, de nos consumirmos e saciemos nossas sedes na fonte límpida.

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