Há poucos dias voltei de uma missão e ao visitar uma das casas, conheci uma senhora muito simpática chamada Maria do Carmo, que veio de Portugal quando tinha 21 anos; ao partilhar de sua vida contou sua história, emocionante, por sinal, não apenas contou de seu passado, também disse de seu presente, dos filhos, dos netos ... e por falar em netos, ela contou uma história curiosa que tenho certeza: já aconteceu com todos um dia.
Dizia-me ela que uma de suas filhas foi levar o filho para o primeiro dia de aula na escolinha, depois de deixar o menino aos prantos foi trabalhar, seu coração de mãe estava preocupado: será que o menino vai parar de chorar? Irá se adaptar? Ligou para d. Maria e partilhou o seu sentimento de mãe: ter de deixar o filho para os outros cuidarem. Então dona Maria do Carmo disse: preocupamos-nos, porque é um pedaço de nós que deixamos com os outros.
Num instante meu mundo parou e essa frase ecoava dentro de mim: é um pedaço de nós que deixamos com os outros. Reportei-me às inúmeras vezes que pedaços de mim ficaram com amigos, pessoas, que no decorrer de minha vida se fizeram presentes na minha história e levaram consigo muito de mim, assim como eu fiquei com muito de cada um deles.
Como é bom deixar algo de nós com os outros, não nego, a saudade provoca dores, e ela é a expressão máxima de que alguém é importante em nossa vida, assim como o somos também para os outros. Mas, o que deixamos para aqueles que amamos? O que temos de melhor: nosso sorriso, carinho, conselho, a lembrança de nossa voz, as brincadeiras, por mais simples que sejam, o abraço, o olhar... os outros sempre se lembrarão de nós através daquilo que deixamos com eles.
Nessa semana de missão deixei muito de mim, assim como trago muito dos outros, por isso agradeço cada um que esteve comigo, pelo muito que me ensinaram! Deus os abençoe!
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