segunda-feira, 23 de maio de 2011

O menino e o cubo

Domingo, finalzinho de tarde, o sol já se escondia, todos voltavam da casa da mãe para as suas casas e eu em mais uma viagem. Algo interessante me chamou a atenção, quando o ônibus parou em uma cidadezinha do interior de São Paulo, entrou uma família muito jovem, como todo bom jovem, tinham no rosto o desejo pela aventura, mas também as marcas de uma vida vivida com alegria, porém em meio às dores, como que se as marcas dissessem: - Aprendemos com o tempo!
O menino, de uns 8 anos entrou na frente, todo entusiasmado, depois dele a mãe e por último o pai, como se estivesse guardando toda a família. O menino nem precisou ler no bilhete qual era a poltrona de seus pais, já foi logo sentando na janela. Porém, ali não era seu lugar, era o lugar de seu pai, que o repreendeu duramente por estar ocupando um lugar que não era dele. Logo, o pai mandou que o menino sentasse na poltrona correspondente ao que haviam comprado para ele. 
Mas qual não foi a surpresa do menino, o seu lugar não era na janela, e pra falar a verdade quem de nós não gosta de viajar na janela, principalmente quando criança, temos a impressão que somos nós quem estamos a dirigir o ônibus, nos sentimos o máximo.
Pois bem, mas mesmo assim, o menino sentou na poltrona ao lado da janela, entrou então uma mocinha, a dona do lugar onde o menino ocupara, com uma face entristecida, com os olhinhos quase a lacrimejar foi para o seu lugar; a mocinha então disse: - pode sentar na janelinha!
O menino todo feliz voltou e ficou quietinho, vi, então que seu pai tirou de uma das malas um cubo mágico e entregou ao menino. Meus olhos já cansados de sono se fecharam e adormeci.
Estava n meu cochilo e de repente, de sobressalto, acordei com a seguinte exclamação: - Paaaaai! Ao abrir os olhos, eles se voltaram para a pessoa do menino que com um sorriso e com o braço estendido na direção do pai mostrava a proeza que conseguira realizar: deixar um lado do cubo com as cores iguais.
É bem verdade que o menino teria distração para a viagem toda, afinal, ainda tinha muito trabalho pela frente; até conseguir deixar o cubo mágico montadinho iria levar um pouquinho de tempo. Mas o interessante é que ele se alegrou por ter acertado ao menos um lado do cubo. O pai, como resposta à alegria do filho, fixou seu olhar no olhar do menino, sorriu e lhe disse: - Na vida esforce-se sempre para que os maus momentos ou a desordem não sejam um motivo para que você desista. É importante lutar sempre por aquilo que acredita.
      O ônibus chegou ao seu destino, a mãe à frente seguida do menino e depois o pai. Ao continuar observando a família, mas agora fora do ônibus, pegando as malas que estavam no bagageiro, percebi que o menino olhava para mim, quando nossos olhares se cruzaram fiz um sinal de jóia, ele correspondeu, o ônibus partiu e para mim ficou a mensagem: Siga seu caminho, lutando pelos seus sonhos e sendo paciente nos momentos em que tudo parecer estar confuso.

2 comentários:

  1. Paarabéens Robinho,
    como sempre, encantando muitas pessoas com essa incrível capacidade de se expressar, adoreei a crônica, principalmente a mensagem final que ela nos deixa! vale a pena pensar mais em nossas atitudes!
    muito obrigada por compartilhar isso com a gente!

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  2. Robinhooo...adorei
    que você preserve esse dom, por muitoos e muitoos anos.

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