Enquanto ele viajava trazia na mente as cenas de amor que
outrora vivera, sentia como que se a cada quilômetro rodado mais um tijolo
fosse assentado na ponte da saudade que começara a construir dentro de si. Em
meio ao sol da manhã, o silêncio e o balanço, aquele homem contemplava o
infinito, seus olhos iam ao longe como se lá... ao longe, pudesse encontrar o
objeto de seu amor, e embevecido encontrasse nela não mais a adolescente feliz
por quem um dia se apaixonara, mas sim a mulher que o tempo a fizera. Isso lhe
colocava diante da afirmação de que o os anos passaram, e ele também se fizera
homem formado.