quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

“O Senhor é meu Pastor e nada me faltará” (Sl 22/23, 1)

    Queridos (as) irmãos (ãs), amados jovens: domingo, voltei de uma missão; fiquei na Zona Leste de São Paulo durante dez dias e conheci realidades de pobreza; uma coisa é você ouvir falar da miséria, outra coisa é você entrar na realidade e na casa do pobre. Veio ao meu coração uma frase de Dom Helder Câmara: “Prego para um povo que clama: o Senhor é meu pastor e nada me faltará, mas quando olho à minha volta vejo que falta tudo!”.
    Estimado (a) amigo (a): talvez aquele povo não tenha o material; mas todos acreditam que Deus está presente, como Pastor zeloso e cuidadoso. Um testemunho que muito me marcou foi de um senhor que visitei, cujo parente teve a casa inundada, na Zona Norte; ele me dizia: “é incrível, porque, todo ano, eles sabem que a chuva vai vir e acabar com tudo, mas, não tendo para onde ir, precisam sempre ter forças para se reerguer, mesmo todo trabalho indo embora, na próxima chuva”. Podem perder tudo, mas sabem que Deus é a força, é o auxílio.
    Quando lemos o Salmo 22/23, vemos que Davi coloca esse Pastor como o próprio Deus e faz isso baseado nas experiências que o povo fez no Antigo Testamento; agora, no Novo Testamento, esse Deus é um Deus que se encarnou no seio de Maria, fez-se homem como nós, chegou até nossa humanidade e nos chama de amigo, irmão.
Jesus é a concretização de toda a ação pastoril de Deus, ou seja, tudo aquilo que Deus realizou para o povo, todo o cuidado que teve, agora se torna mais intenso, não apenas realizando sinais, mas dando ao seu povo amado a salvação eterna, que vem através de Jesus.
    O verdadeiro pastor cura nossas feridas, nos dá remédio, vai atrás das ovelhas que se perderam, perdoando-as... Assim é o retrato do pastor, trazido pelo profeta Ezequiel, no capítulo 34, versículo 4. Dessa forma, quem tem o Senhor por seu pastor tem a certeza de que ele nunca o (a) abandonará, mas, ao contrário, irá cuidar de si, de sua vida. Isso, se nós permitirmos que ele seja o Senhor de nossa vida, o pastor de nosso caminho.
    
Três pontos norteiam essa nossa reflexão sobre o capítulo 10 do Evangelho de João; são eles:

1º Somos porteiros:
- O porteiro tinha a função de guardar o templo. Assim, vemos o quanto nós nos assemelhamos a esses porteiros; como nos fala o versículo 3, somos nós os responsáveis para que o Senhor entre como pastor em nossa vida, em nossa história. Uma vez deixando o pastor de nossa vida ser o próprio Senhor, Ele nos guiará para a tranquilidade interior e saberemos como agir nas dificuldades; mas, se formos maus porteiros, acontecerá o que nos diz o profeta Isaías (56, 9-11):
“Feras selvagens, venham comer, feras todas da selva: os guardas estão cegos e nada percebem, são cachorros mudos incapazes de latir; sonham deitados e o seu prazer é dormir; são cachorros com fome insaciável; são pastores, mas não são capazes de entender; cada um segue seu caminho e procura seus interesses.”

    Agimos por nossas próprias forças e sabemos quão limitados somos; por isso, vamo-nos perdendo naquilo que achamos ser o certo, perdendo-nos em nossas paixões.

2º É preciso sair do comodismo:
    Quando Jesus nos conduz, quando Ele é nosso Pastor, como vemos no versículo 4, do capítulo 10, Ele nos guia para a libertação, não nos quer presos; por isso, no versículo 4, lemos: “Depois de fazer sair todas as suas ovelhas, ele caminha na frente delas; e as ovelhas o seguem porque conhecem a sua voz”. Ele nos tira da situação de prisão, escravidão, causada pelo nosso comodismo. Hoje, as pessoas já estão acostumadas a viver situações de pecado, de vício...; hoje, tudo é normal, essa normalidade cada vez mais tem aprisionado nossos jovens no sexo, na droga; essa normalidade tem banalizado as mulheres nos comerciais, nos programas de TV...
    Quando assumimos o Senhor como o nosso Pastor, Ele nos chama a sair dessa situação, para nos entregarmos às suas mãos, numa vida nova. Por isso é importante clamarmos que Ele olhe por nós, cuide de nós; acaso, não foi isso que aconteceu com o povo de Israel?
    Vemos em Êxodo 2,23: “Os filhos de Israel gemiam sob o peso da escravidão, o seu clamor chegou até Deus”. O clamor chegou até Deus; e Deus chamou quem para cuidar do povo? Moisés, um pastor, para libertar o povo da escravidão. Moisés era pastor do povo, mas o próprio Deus era quem conduzia as ações de Moisés; todas as decisões de Moisés vinham do coração, do desejo de Deus.
    Moisés reconhecia que Deus era o seu SENHOR, e isso vemos claramente em Ex 4,10: quando Deus o chamou, Moisés respondeu: “Meu Senhor e meu Deus”; ali, Deus lhe garantia que seria um Deus com ele, ajudando-o a libertar o povo.
    Os israelitas andaram 40 dias e 40 noites pelo deserto, guiados por Moisés, mas, principalmente, guiados pela mão de Deus, que em nenhum momento os abandonou. O povo andou todo esse tempo e foi liberto. O mesmo acontece conosco: caminhamos para nossa libertação e, tanto quanto o povo, encontramos dificuldades e queremos voltar; porém, basta-nos clamar, acreditar no poder de nossa oração e na oração de nossos irmãos, bem como viver em comunidade, para sentirmos que Deus está conosco e, assim, continuarmos nossa caminhada de cabeça erguida.

3º Relação pastor – ovelha:
    No versículo 14, Jesus diz: “Eu sou o bom Pastor: conheço minhas ovelhas, e elas me conhecem”. O verbo conhecer, na Bíblia, é um verbo carregado de sentido, significando intimidade, conhecimento profundo.
    No versículo 3, vemos que o pastor chama cada uma das ovelhas pelo nome; somos chamados pelo nome, apenas por quem nos conhece e nos ama. Nossa Senhora aprendeu bem esta lição; é tão bonito quando ela aparece ao índio Juan Diego, aqui na América Latina, e o chama pelo nome, e ainda, de maneira carinhosa, quando ele passa pelo monte, ela lhe diz: “Dieguito”. Isso é demonstração de carinho, intimidade...
    Adão dava nome às espécies, como vemos em Gn 2, 19-20; mas, aqui, no Evangelho de João, notamos a presença de um pastor que não chama pela espécie, senão diria ‘humana’. Ele chama na segunda ou na terceira pessoa do singular: tu/você. Chama a sua pessoa, chama-o (a) de maneira individual. Isso é claramente visto em Isaías, capítulo 43, versículo 4: “Você é precioso para mim e eu O AMO”.
    O chamado dos discípulos também é elucidativo. Em Mateus (4,18), Jesus, andando, viu dois irmãos e lhes disse: “Sigam-me”. Do mesmo modo que Ele foi chamando os que quis, assim nos ama porque quer – seu amor por você e por mim, por nós, é tão grande que, quando Ele reuniu os discípulos, para enviá-los em missão, o que lhes disse? – “Vão primeiro às ovelhas perdidas da casa de Israel” (Mateus 10,6).
    Veja: Jesus, como o bom pastor, ama você, e, hoje, o (a) convida para voltar para os seus braços, para deixar-se guiar por ele. Pode ser que você esteja perdendo tudo na sua vida material, talvez a esperança esteja acabando... Repouse, agora, nas águas tranquilas (como rezamos no salmo 22/23), acalme seu coração, para que você encontre caminhos alternativos, descanse nos braços do Pastor e, assim, tenha forças nas lutas.


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Em breve trarei um texto sobre a missão, mas enquanto isso, você pode comentar esse texto do bom pastor. Fico no aguardo! Deus o abençoe!!
Coragem!

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Feliz 2011

Olá, pessoal;
Paz e bem!
Estou chegando hoje de missão, em breve começarei a publicar alguns textos para nossa reflexão nesse ano de 2011!
Fiquem com Deus!
Coragem!